Nome do Projeto
Comunidades helmínticas e ecologia do parasitismo em aves de rapina no sul do Rio Grande do Sul, Brasil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
12/09/2023 - 31/08/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Biológicas
Resumo
As aves de rapina são excelentes indicadoras da saúde do ecossistema e de sua biodiversidade. Por serem encontradas em diferentes habitats e níveis tróficos, elas podem refletir as condições ambientais em que vivem e as interações ecológicas que estabelecem com outras espécies. A presença de parasitos nessas aves pode expressar a diversidade de presas disponíveis e caracterizar diferentes níveis de infecção a que estão expostas. Portanto, conhecer a fauna parasitológica desses rapinantes pode ser uma ferramenta importante para avaliar a saúde do ecossistema e a qualidade ambiental, além de fornecer informações sobre as interações ecológicas entre diferentes espécies, bem como as adaptações evolutivas que permitiram a diversificação das aves de rapina e seus parasitas. O estudo tem por objetivo realizar o levantamento das comunidades helmínticas de aves de rapina no sul do Rio Grande do Sul, para identificar os níveis de parasitismo aos quais que estão sujeitas e sua diversidade incluindo a ecologia e possíveis interações. As aves usadas para essa pesquisa serão provenientes de óbito natural no NURFS/CETAS-UFPel. No estudo serão utilizados pelo menos 100 espécimes de rapinantes, das quais metade já se encontra disponível para as análises. Com base na disponibilidade de material no momento, estima-se que serão analisadas doze espécies representadas pelas ordens Accipitriformes, Cathartiformes, Falconiformes e Strigiformes, sendo composta pelas espécies: Asio clamator (mocho-orelhudo), Athene cunicularia (coruja-buraqueira), Bubo virginianus (corujão-orelhudo), Caracara plancus (carcará), Coragyps atratus (urubu-cabeça-preta), Falco sparverius (quiri-quiri), Heterospizias meridionalis (gavião-caboclo), Megascops choliba (corujinha-do-mato), Mivalgo chimango (chimango), Rostrhamus sociabilis (gavião-caramujeiro), Rupornis magnirostris (gavião-carijó) e Tyto furcata (coruja-das-torres). As aves mantidas congeladas serão necropsiadas e coletados helmintos dos órgãos do trato digestório, respiratório e urinário. O processamento da amostra e a identificação dos helmintos serão realizados de acordo com metodologia específica de rotina na helmintologia. Serão determinados os índices de infecção e calculados índices ecológicos que caracterizem a interação entre os grupos de hospedeiros e seus respectivos helmintos.

Objetivo Geral

Realizar um estudo qualitativo e quantitativo das comunidades helmínticas de
aves de rapina do sul do Rio Grande do Sul e descrever as interações
ecológicas entre parasitos e seus hospedeiros.

Justificativa

Através da identificação das comunidades de helmintos e de seus índices de
infecção aplicados à modelagem ecológica é possível verificar espécies mais
vulneráveis a determinadas reduções de hábitats no presente e futuro, como forma de diagnóstico precoce do impacto humano na manutenção de populacões destas aves.

Metodologia

Será analisado um total de 100 espécimes de aves de rapina pertencentes às
ordens Accipitriformes, Cathartiformes, Falconiformes e Strigiformes, que foram ou
irão a óbito no NURFS/CETAS-UFPel entre os anos de 2008 a 2024 após tentativa de
reabilitação. Imediatamente após a morte as aves foram (ou serão) etiquetadas conforme seu número no cadastro geral do NURFS, acondicionadas em freezer e congelados a -20oC até o processamento. A amostra será composta por, pelo menos, 12 espécies diferentes de rapinantes para as quais já existem espécimes, sendo elas: Asio clamator (mochoorelhudo), Athene cunicularia (coruja-buraqueira), Bubo virginianus (corujãoorelhudo), Caracara plancus (carcará), Coragyps atratus (urubu-cabeça-preta), Falco sparverius (quiri-quiri), Heterospizias meridionalis (gavião-caboclo), Megascops choliba (corujinha-do-mato), Mivalgo chimango (chimango), Rostrhamus sociabilis (gavião-caramujeiro), Rupornis magnirostris (gavião-carijó) e Tyto furcata (coruja-dastorres).
A necropsia será feita em base a um corte sagital ventral da base do pescoço
até a altura da cloaca das aves. Músculos peitorais serão removidos e o esterno
excisado e rebatido, permitindo então, o acesso aos órgãos de interesse no estudo
(esôfago, proventrículo, moela, intestino, vesícula biliar, baço, pâncreas, rins, traqueia,
pulmões, coração e fígado). Esses órgãos serão removidos por sistemas e analisados
separadamente. Em órgãos tubulares como a traqueia, esôfago, proventrículo, moela,
vesícula biliar e intestino, será realizado um corte longitudinal de uma extremidade a
outra, para que se tenha acesso à luz do órgão. Nos órgãos parenquimatosos como
rins, pulmões, coração e fígado, serão realizados diversos cortes, multidirecionais, ao
longo do seu parênquima. Todos os órgãos e mucosas serão lavados com água
corrente sobre tamis de 150μm de abertura de malha. Durante a procura de helmintos,
o conteúdo retido nos tamis será repassado a placas de Petri e analisado ao
estereomicroscópico 40-100x, desta forma, os helmintos serão coletados e contados
com o auxílio de um pincel com cerdas finas ou de uma pinça de ponta fina. A fixação
dos helmintos será realizada em solução de AFA (solução de Álcool, Formol e Ácido
Acético Glacial) ou álcool etílico 70o por no mínimo de 24h, seguida pela estocagem
em álcool etílico 70%

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se através desse estudo contribuir para o conhecimento quali e
quantitativo das infecções das aves de rapina da região e no entendimento da
estrutura das redes de interações ecológicas entre rapinantes e seus parasitos.
Concomitante, espera-se demonstrar quais parasitos são mais especialistas ou
generalistas, bem como identificar atributos ecológicos das aves associadas à
diversidade de parasitos.
Além disso, espera-se divulgar os dados prévios pela participação na 9ª
Semana Integrada de Inovação, Ensino, Pesquisa e Extensão (SIIEPE) da UFPel
apresentando na XXV ENPÓS e finalmente gerar ao menos, dois artigos com os
resultados obtidos e publicar em revista com revisão científica classificada pelo menos
em Qualis B2 na área de biodiversidade segundo a plataforma Sucupira.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANA LUISA SCHIFINO VALENTE8
CESAR JAEGER DREHMER2
JOSE EDUARDO FIGUEIREDO DORNELLES2
JÉFERSON BUGONI4
MARCO ANTONIO AFONSO COIMBRA2
MARIA OTÍLIA FARIAS LOPES DE MOURA

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível SuperiorR$ 1.660,00Coordenador

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339030 - Material de ConsumoR$ 1.660,00

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