Nome do Projeto
Museu Arqueológico e Antropológico da Universidade Federal de Pelotas (MUARAN-UFPel)
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
29/11/2024 - 30/11/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Meio ambiente
Linha de Extensão
Patrimônio cultural, histórico e natural
Resumo
O Museu Arqueológico e Antropológico da UFPel (MUARAN-UFPel) ainda não tem sede própria, mas muitas de suas ações estão acontecendo desde 2014. A promoção de oficinas, cursos e exposições itinerantes é a primeira "abertura” do Museu Arqueológico e Antropológico da UFPel aos seus diversos públicos. Tais atividades foram interrompidas abruptamente em 2020, pela emergência sanitária, quando ações compatíveis com o isolamento social foram realizadas, sem deixar de aproximar pessoas de dentro e de fora da Universidade. Neste momento pós-pandemia, o MUARAN se encontra diante da possibilidade de retomar atividades presenciais sem deixar de lado o podcast "MusealizAção", principal ação do Museu no período pandêmico. O MUARAN não é, nem nunca foi um museu virtual. Tem como pressuposto o contato direto com acervos arqueológicos e etnográficos e a convergência de saberes-fazeres de dentro e de fora da universidade em suas ações. Em tais encontros, o Museu se estabelece e cumpre a função de promover o encontro entre a academia e segmentos marginalizados da sociedade. O MUARAN tem a missão de se constituir como um museu de afrodescendentes e indígenas, Por isso, sempre esteve aberto às demandas, tematizou e atuou colaborativamente com grupos étnicos assim identificados. O próximo triênio não há de ser diferente, com o acréscimo de se prever uma ampliação da área de atuação do Museu por meio de parcerias estratégicas trans-regionais. O MUARAN também busca sua emancipação institucional. A dependência de bolsas e recursos oriundos de editais públicos descontínuos ou sujeitos a risco não permitem ao Museu realizar plenamente sua vocação de lugar de encontro entre a Universidade e a Sociedade por meio da potencialização de acervos culturais pouco acessíveis a quem não pertence ao mundo acadêmico. De tal modo, o MUARAN-UFPel manterá uma agenda de reivindicações e acordos com dirigentes públicos e representantes da sociedade civil organizada com vistas a ampliar sua presença no cotidiano das cidades da região de Pelotas, mas também em ações fora da região, por meio de parcerias estratégicas e da participação em fóruns e eventos. O MUARAN enfrenta também o desafio de recompor sua equipe para o próximo triênio, Um museu-ação social, sem paredes, vitrines ou bilheteria, existe essencialmente por força da iniciativa de quem dele faz parte. Ampliar e qualificar a equipe, assim como as parcerias já existentes, é fundamental para que o Museu possa se perpetuar e cumprir sua missão institucional. Cabe também ao MUARAN aglutinar ações de valorização, revalorização, recuperação, retomada ou reengajamento de acervos arqueológicos e etnográficos. O que significa que o Museu dará apoio a ações de ensino, pesquisa e extensão típicas do ambiente universitário que convergem para seus objetivos, de modo a fortalecer mutuamente as propostas, otimizar o alcance e a execução das ações, bem como, contribuir para um ambiente de intensa colaboração e apoio mútuo em prol do combate à invisibilização de povos e culturas, da potencialização de acervos universitários, do engajamento da Universidade em causas sociais e ambientais de primeira importância.

Objetivo Geral

O Museu Arqueológico e Antropológico da UFPel tem o objetivo de de incentivar o interesse público, a preservação, sistematização e apropriação dos patrimônios arqueológico e etnológico, suas interpretações e usos culturais, de modo democrático e colaborativo; além de apoiar pesquisas arqueológicas, antropológicas e multidisciplinares que considerem manifestações culturais atuais e pregressas, sítios, registros e acervos móveis, especialmente aquelas que testemunhem a presença indígena e a afrodescendente, seus desdobramentos sócio-políticos e transculturais na região de Pelotas, bem como em âmbito global.
O MUARAN-UFPel assume como objetivos:
I. Fomentar pesquisas que contemplem a produção simbólica e a diversidade cultural;
II. Desenvolver ações educativo-culturais e de formação em graduação e pós-graduação;
III. Contribuir para a ampliação e para o fortalecimento da função social dos museus arqueológicos, etnográficos e comunitários;
IV. Reconhecer e identificar relações entre as coleções, sítios, narrativas e paisagens e as comunidades, redes de pesquisa e de cooperação técnico-científica;
V. Estabelecer espaços de referência cultural como bem simbólico, para a afirmação de identidades;
VI. Valorizar a memória e os saberes locais, promovendo a integração das comunidades;
VII. Apoiar e promover a revitalização de espaços públicos ociosos, para que sejam utilizados por programas museais;
VIII. Promover a transformação de sítios arqueológicos em museus de território; preservando-os e propiciando a emancipação das comunidades situadas em seu entorno.
IX. Desenvolver a gestão participativa por meio de políticas, metodologias e processos que a garantam;
X. Potencializar a comunicação e a pesquisa de acervos arqueológicos e etnológicos;
XI. Incentivar a cooperação entre profissionais de museus (inclusive em formação) de diferentes áreas;
XII. Garantir a segurança, a sustentabilidade econômica e ambiental, a acessibilidade, e a gestão participativa em todas as ações do museu;
XIII. Propiciar a horizontalidade na troca de saberes entre o museu e os grupos sociais por ele abordados;
XIV. Apoiar, fomentar e estabelecer convênios e parcerias que contemplem a etnomuseologia.
XV. Contribuir, em suas áreas de atuação, para o debate acerca da definição das competências do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na gestão museológica dos acervos arqueológicos;
XVI. Contribuir com a criação de políticas públicas que visem a musealização do patrimônio arqueológico;
XVII. Promover a integralização da gestão dos patrimônios arqueológico e etnológico na formação e capacitação de profissionais de museu, estimulando a criação de redes de professores, sítios-escola compartilhados, cursos de capacitação e sistemas de cooperação técnico-científica;
XVIII. Contribuir com a valorização da dignidade humana e promover a cidadania;
XIX. Contribuir para a preservação do patrimônio cultural e ambiental;
XX. Permitir a universalidade do acesso à informação, o respeito e a valorização da diversidade cultural;
XXI. Estabelecer processos comunicativos relacionados aos temas arqueológicos e antropológicos de modo colaborativo, envolvendo os grupos culturais implicados em comissões, projetos e no conselho deliberativo;
XXII. Promover e divulgar pesquisas nas áreas de arqueologia, antropologia e museologia, além de apoiar atividades de pesquisas direta ou indiretamente associadas a essas áreas.
XXIII. Estabelecer política própria de aquisição e descarte de acervos arqueológicos e etnológicos.
XXIV. Garantir a indissociabilidade entre a documentação arqueológica e etnográfica e os acervos a ela pertinentes.
XXV. Contemplar aspectos da formação histórica e cultural brasileira que envolvam a história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as contribuições na área social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

Justificativa

Compreendendo a natureza dinâmica e plural dos processos de musealização, considerando a etnomuseologia e a musealização da arqueologia em sentido amplo, o MUARAN-UFPel não restringe nem condiciona seu funcionamento ao espaço físico de uma sede, valoriza a itinerância de exposições e promove ações sócio-educativas, culturais, de ensino e pesquisa nos locais de vivência e pertencimento dos grupos envolvidos, além de fomentar e contribuir para a preservação de acervos salvaguardados em outras instituições. São implicações dessa caracterização:
I. O fomento de gestão compartilhada de acervos e sítios entre grupos sociais e instituições competentes, situados ou em trânsito na área de atuação do Museu;
II. O atendimento de demandas sociais envolvendo os patrimônios arqueológico e etnológico situados ou em trânsito na área de atuação do Museu;
III. O apoio às atividades etnomuseológicas, de musealização da arqueologia ou congêneres, desenvolvidas na área de atuação do Museu ou por integrantes da Universidade Federal de Pelotas;
IV. A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão universitária;
V. O zelo pela indissociabilidade entre acervos arqueológicos e etnológráficos, dados gráficos, topográficos ou narrativas oriundos de trabalhos de campo.

Metodologia

O MUARAN-UFPel se compromete com as políticas públicas para a gestão do patrimônio cultural, expressas numa série de normativas nacionais e internacionais, quais sejam:
I. O Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM), o Estatuto Nacional dos Museus, as diretrizes do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e do Conselho Internacional de Museologia (ICOM).
II. Instruções e portarias do Conselho Nacional de Arqueologia (CNA), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), diretrizes do Congresso Mundial de Arqueologia (WAC) ou prescritas na Carta de Lousanne (UNESCO).
III. A Lei Federal 11.645, de 10 de março de 2008, que altera as leis 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e a lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, incluindo a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na educação nacional.
IV. A nova definição de Museu do ICOM.
A metodologia do MUARAN está em pleno acordo com tais normativas externas e se refaz, frequentemente, por força da colaboração com grupos sociais externos à universidade. A abertura da metodologia à colaboração é um princípio importante ao combate à violência epistêmica.

Indicadores, Metas e Resultados

Toda ação do MUARAN conta com algum meio de registro de sua abrangência. Se a ação se dá em ambiente virtual, é possível levar em conta a quantidade de visualizações, em ações presenciais, contamos com registros fotográficos, fichas de comentários físicos e o engajamento online da divulgação do referido evento.
O que indica o atingimento de metas, portanto, é levantado de modo multifacetado, com o cuidado de adaptar cada levantamento à natureza da ação cujos resultados são aferidos.
O caráter multi-composicional da verificação do atingimento de resultados é adequado ao registro da presença do Museu no território, focando portanto na abrangência e na relevância social, aspectos iminentemente qualitativos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
DIEGO LEMOS RIBEIRO20
FLORA COELHO JEROZOLIMSKI
GRASIELA TEBALDI TOLEDO
HAMILTON OLIVEIRA BITTENCOURT JÚNIOR31
JAIME MUJICA SALLES7
JULIANA GASPAR ROSALINI
LILIAN BECKER OLIVEIRA
MARIANA BRAUNER LOBATO
MARIANA BRAUNER LOBATO
MARINA MONTEIRO NASCIMENTO
Maurício Rodrigues Soares
PEDRO LUIS MACHADO SANCHES7
RITA JULIANA SOARES POLONI7
SAMILA DE FARIAS JACOB
SARAH MAGGITTI SILVA
VANESSA AVILA COSTA
Washington Luiz dos Santos Ferreira
YSMAELLE ELIODOR

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