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O presente projeto unificado justifica-se pela importância de realizar-se a aproximação dos acadêmicos de medicina e demais cursos da saúde da realidade da RAPS e do CAPS, uma vez que os referidos têm pouco ou nenhuma experiencia teórica e pratica nesta área. Abra-se com o projeto e com as ações a possibilidade de criar-se uma via de mão dupla, com a coexistência do saber empírico (vivenciado pelos usuários/as e trabalhadores da rede) e técnico (dos acadêmicos e dos profissionais da rede) para melhora no processo de trabalho dos profissionais e futuros profissionais assim como na assistência as pessoas em sofrimento psíquico.

Para a elaboração e discussão das propostas do projeto de extensão, ele será dividido em três encontros; a saber: o primeiro encontro será entre a professora e os acadêmicos; e os demais encontros serão entre os acadêmicos e os profissionais da unidade e outro entre os acadêmicos e os usuários/as, sempre contando com a presença da professora coordenadora do projeto.
No grupo de estudos será realizado o estudo teórico sobre os temas ou necessidades que forem aparecendo no decorrer dos projetos. Todos os participantes do projeto serão convidados a participar do grupo de estudos, o qual terá a primeira hora reservada apenas para os graduandos. Na oportunidade, será possibilitado o compartilhamento das dificuldades, os anseios e os aspectos positivos das atividades de pesquisa, ensino e extensão. Será proposto aos graduandos a elaboração de um diário de campo, no qual serão anotadas observações e reflexões decorrentes da sua atuação nos projetos (BALDISSERA, 2012).
Pretende-se no espaço do grupo de estudos instrumentalizar o discente para a elaboração e o desenvolvimento dos projetos de pesquisa e extensão, promover discussões e formulação de propostas que atendam às necessidades do estudante e que sejam pertinentes às demandas da sociedade e da comunidade acadêmica.
Para o desenvolvimento do projeto de pesquisa será utilizada a proposta de pesquisa-ação, que surge como nova proposta metodológica e pretende privilegiar a participação em vista da transformação da realidade. Segundo Thiollent (1985):
A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação da realidade a ser investigada estão envolvidos de modo cooperativo e participativo (p.14).
Sendo assim, incialmente será realizada uma reunião com a equipe de saúde da unidade e com os usuários para diálogo sobre os objetivos dos projetos e funcionamento da pesquisa (metodologia), para possíveis ajustes e/ou adaptações. A ideia é que sempre um profissional da unidade e um representante dos usuários acompanhem os alunos e a professora nas atividades de campo.
Serão utilizadas informações do Registros de Ações Ambulatoriais em Saúde (RAAS), da ficha de acolhimento/atendimento individual do serviço e dos prontuários dos usuários/as, para a elaboração do instrumento que será utilizado na coleta de dados do perfil socioeconômico e epidemiológico da população.
Ainda no âmbito da coleta de dados, também será realizado um Grupo focal (GF) com os usuários, os profissionais e os demais graduandos da área da saúde. O GF terá três etapas: planejamento e montagem, prática do grupo focal e análise dos dados. O grupo será composto de oito a dez participantes e terá duração máxima de duas horas. Serão designados um moderador e um observador. Será utilizado um roteiro como instrumento base para a discussão, podendo ser utilizados vídeos, gravuras e imagens, de modo complementar e indutor da discussão. Com a concordância dos participantes, os grupos serão gravados em vídeo para posterior transcrição e análise dos dados (de SOUZA et al., 2019). Os instrumentos citados para coleta de dados poderão ser ampliados e/ou modificados conforme as necessidades do campo de pesquisa.
Serão construídos bancos de dados, com as informações quantitativas e qualitativas provenientes desta etapa, para posterior elaboração das atividades de ensino e extensão, além da produção de relatórios, artigos, resumos e banners para a unidade. Em conjunto com o conhecimento e a análise dos aspectos levantados na pesquisa, será dado início ao projeto de extensão, que tem como objetivo geral a produção de ações e atividades de acordo com as necessidades da unidade de saúde.
Para o desenvolvimento do fluxograma analisador será tomado como base o estudo realizado por Silva Jr, Merhy e Carvalho (2007). Esse instrumento, proposto por Merhy, demonstra, através de símbolos, o processo de trabalho de determinado serviço. As atividades de educação permanente para os profissionais da área da saúde serão desenvolvidas a partir do pressuposto da aprendizagem significativa, produzindo sentidos e transformando práticas profissionais, baseadas na reflexão crítica sobre as suas práticas reais, tomando como referência as necessidades de saúde das pessoas e das populações (MATTA, 2007).

Indicadores
- atingir de 75% a 95% das metas
Metas
Durante os dois aos do projeto pretende-se
- agregar estudantes de pelo menos 3 cursos da área da saúde;
- realizar dois ou mais encontros mensais para o grupo de estudos ( de preferência presencial, podendo eventualmente ser online), sendo um para discussão teórica dos temas da saúde mental e coletiva e um para discussão das atividades de extensão e pesquisa no serviço;
- realizar atividades quinzenais/ semanais de extensão no CAPS selecionado, em pelo menos um turno;
- realizar atividades quinzenais de pesquisa no CAPS e na RAPS;
- realizar atividades quinzenais de elaboração, preparo e análise para a pesquisa;
- realizar pelo menos dois encontros de educação permanente com os profissionais do CAPS e da RAPS, se assim demandado.

Resultados esperados
Espera-se que:
- com os dados produzidos pela pesquisa contribua-se para uma melhoria no serviço alvo, na RAPS e na assistência as pessoas em sofrimento psíquico;
- que as ações de ensino e extensão reflitam em uma formação acadêmica interdisciplinar e multiprofissional, oportunizando aos acadêmicos uma vivencia no serviço, o entendimento da RAPS e do processo de trabalho em saúde mental.