Nome do Projeto
Mudança da situação de saúde de idosos da comunidade do sul do Brasil em 10 anos: impacto da pandemia COVID-2019
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/05/2025 - 01/05/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A pandemia de COVID-19 impactou profundamente a vida dos idosos, tanto pelos altos índices de mortalidade quanto pelos efeitos indiretos, como o agravamento de doenças crônicas e o aumento de problemas mentais decorrentes do isolamento social. Mesmo aqueles que não contraíram a doença foram afetados por fatores como a interrupção de cuidados médicos, sedentarismo, ganho de peso, e maior incidência de depressão e ansiedade. Esses elementos contribuíram para um declínio geral na saúde dessa população, que agora apresenta um perfil diferente dos idosos de dez anos atrás.
Diante desse cenário, o estudo COMO VAI II propõe reavaliar os idosos da cidade de Pelotas utilizando a mesma metodologia do estudo original realizado em 2014. A nova pesquisa buscará identificar as mudanças na saúde dos idosos pós-pandemia, com foco especial em condições relacionadas à saúde mental e inatividade física. A partir dos resultados, espera-se compreender o verdadeiro impacto da pandemia no envelhecimento e fornecer dados que ajudem a orientar políticas públicas voltadas para essa nova geração de idosos, que possivelmente enfrentará desafios de saúde mais intensos.
Objetivo Geral
Avaliar o impacto da pandemia COVID-19 na situação de saúde nos idosos da comunidade da cidade de Pelotas em relação aos dados obtidos de idosos da mesma faixa etária do estudo COMO VAI, realizado nesta mesma população em 2014.
Justificativa
A realização do estudo COMO VAI II se justifica pela necessidade urgente de compreender os impactos duradouros da pandemia de COVID-19 na saúde da população idosa. Considerando as mudanças significativas observadas no perfil de saúde dos idosos — tanto em decorrência direta da infecção quanto pelos efeitos indiretos do isolamento social e da interrupção de cuidados — torna-se essencial atualizar os dados epidemiológicos dessa faixa etária. Ao comparar os resultados com os dados obtidos em 2014, será possível identificar tendências, novos fatores de risco e agravamentos de condições pré-existentes, fornecendo subsídios valiosos para a formulação de políticas públicas mais eficazes e adaptadas à realidade dos idosos no contexto pós-pandêmico.
Metodologia
O presente estudo é um estudo transversal de base populacional, que pretende avaliar indivíduos não institucionalizados com idade igual ou superior a 60 anos, residentes na zona urbana do município de Pelotas/RS, através de entrevistas domiciliares.
Este estudo vai seguir a mesma metodologia utilizada no estudo Idosos avaliados previamente no “COMO VAI: Consórcio de Mestrado Orientado para a Valorização da Atenção ao Idoso”. Maiores detalhes do estudo encontram-se atualmente publicados (5). Resumidamente, este estudo (COMO VAI ?) incluiu idosos não institucionalizados com idade igual ou superior a 60 anos, residentes na zona urbana do município de Pelotas, num processo de amostragem em múltiplos estágios para assegurar a representatividade da amostra.
Serão excluídos os idosos que não pudessem responder aos questionários ou realizar os testes por incapacidade física ou mental ou não ter um cuidador que auxiliassem nas respostas.
O cálculo do tamanho de amostra foi realizado através do programa OpenEpi online. Para o cálculo foi considerada a população atual de Pelotas em torno de 325.000 habitantes. Estima-se a frequência máxima dos desfechos estudados em torno de 15% a 20%, considerando um erro aceitável de 2,0 pontos percentuais e um efeito de delineamento de 1,1. A amostra necessária seria de 850 idosos, e após o acréscimo de 20% para perdas e recusas, seria necessário um tamanho amostral entre 1342 e 1683 idosos.
Os dados serão coletados através de visitas domiciliares, por entrevistadores treinados.
Serão utilizados os seguintes dados:
Dados de identificação e socioeconômicos: coletados junto ao paciente através de questionários pré-definidos e do Critério de Classificação Econômica Brasil. Para fins de comparabilidade, serão utilizadas as versões 2013 (aplicada no estudo anterior) e a atual (2021);
Peso e altura: O peso será obtido através de balança digital (TANITA UM-080) e a altura estimada será obtida a partir da altura do joelho medida por antropometro de madeira portátil, segundo equação sugerida por Chumlea (12).
Dados comportamentais: Informações sobre a prática de atividade física, tabagismo, consumo de álcool e dieta serão avaliados através de autorrelato e questionários específicos. O tabagismo e o consumo de álcool foram verificados através de perguntas no questionário sobre o uso/consumo nos últimos 30 dias. A atividade física foi avaliada através das sessões de lazer e deslocamento do questionário International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) versão longa (6, 13, 14). Será utilizada a recomendação de 150 minutos/semana de atividades físicas moderada e vigorosas para identificar a prática adequada (14). O consumo de proteínas será avaliado através de informações sobre o consumo, na última semana, de carne (carne vermelha, frango, peixe) ou ovos, assim como de leite e derivados, a partir de um questionário de frequência alimentar (QFA) reduzido.
Multimorbidade: A multimorbidade será avaliada por auto relato de 28 doenças e sintomas, segundo informações por diagnóstico médico prévio das seguintes situações clínicas: hipertensão arterial, diabetes, problemas cardíacos, insuficiência cardíaca, asma, bronquite, enfisema, artrite, doença de Parkinson, insuficiência renal, hipercolesterolemia, convulsões, úlcera estomacal, osteoporose, incontinência urinária, constipação, incontinência fecal, depressão, glaucoma, surdez, dificuldade engolir, insônia, desmaios, rinite, dificuldade para falar, derrame, distúrbios mentais e câncer. Esta metodologia foi aplicada na visita domiciliar de 2014 (7). Para a definição de multimorbidade, serão testados os diversos pontos de corte apresentados na literatura (+2, +3 ou +5 doenças e sintomas).
Capacidade funcional: A capacidade funcional será avaliada através da escala de Katz adaptada para o nosso meio (15). O idoso será classificado de acordo com o número de incapacidades nas atividades da vida diária.
Fragilidade: A fragilidade será avaliada através da Escala de Fragilidade de Edmonton adaptada para o nosso meio (16, 17).
Avaliação da sarcopenia: A sarcopenia será avaliada utilizando a mesma metodologia utilizada no estudo anterior (5). Serão avaliadas a massa muscular, força e performance muscular, e o diagnóstico de sarcopenia será segundo o Consenso de 2018 do European Working Group in Sarcopenia on Older People (EWGSOP) (18) ou pelo critério mais atual, caso seja atualizado durante o período do estudo. Para fins de comparabilidade, os idosos do estudo de 2014 também terão a prevalência de sarcopenia segundo estes critérios.
Depressão: A depressão será avaliada através do questionário GDS-10, através de 10 questões (21, 22). Será considerada depressão o escore ≥5.
Consumo de medicamentos: O consumo de medicamentos será avaliado através de relato de consumo de medicamentos nos 15 dias anteriores à visita.
Quedas e fraturas: Será perguntado o número de fraturas apresentado pelo idoso no ano anterior.
Estado nutricional: o diagnóstico nutricional será realizado de acordo com os 5 critérios GLIM: perda não intencional de peso, IMC baixo, baixa massa muscular (avaliada pela circunferência da panturrilha), diminuição da ingestão alimentar ou má-absorção e presença de inflamação/carga da doença (avaliada pelas comorbidades presentes) (23).
COVID longo: Será perguntado para os idosos que tiveram COVID-19 sobre a presença dos principais sintomas associados ao COVID longo: fadiga, falhas ou alteração de memória, perda do olfato, confusão mental, falta de ar, dor de cabeça, distúrbio do sono, intolerância ao exercício, fadiga, ansiedade, depressão e tonturas (24, 25). Também será perguntado o momento de início em relação ao diagnóstico da infecção e sua duração.
Na visita domiciliares, os dados serão coletados com a utilização de tablets utilizando a plataforma Research Eletronic Data Capture – REDCap (https://projectredcap.org/) para aplicação do questionário. A sincronização dos dados se fará através do servidor da Universidade Federal de Pelotas, tão logo os tablets conectem-se com uma rede sem fio.
Análise dos dados
A análise dos dados será feita através do programa Stata® versão 16.1 (StataCorp, College Station, Texas, USA). Serão realizadas inicialmente as análises descritivas das variáveis e testada a normalidade das variáveis contínuas. Para as análises bivariadas de medidas contínuas, serão utilizados os testes t ou Wilcoxon-Mann-Whitney, ANOVA ou Kruskall-Wallis, dependendo da distribuição das variáveis.
Para comparação das frequências entre os dois estudos será utilizado o teste de c quadrado de Pearson.
Para todos os testes será considerado um nível de significância de 5%, bicaudal.
Aspectos éticos
Este estudo será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas. A participação dos idosos sempre será voluntária. Na visita domiciliar será utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para assegurar o consentimento por escrito de todos os seus participantes. Também serão respeitados todos os princípios éticos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Saúde, Resolução no 196.
Nenhum dos métodos de avaliação utilizados neste estudo tem caráter invasivo ou acarreta algum malefício ao idoso. Os idosos serão informados dos resultados dos seus exames antropométricos e suas adequações.
Este estudo vai seguir a mesma metodologia utilizada no estudo Idosos avaliados previamente no “COMO VAI: Consórcio de Mestrado Orientado para a Valorização da Atenção ao Idoso”. Maiores detalhes do estudo encontram-se atualmente publicados (5). Resumidamente, este estudo (COMO VAI ?) incluiu idosos não institucionalizados com idade igual ou superior a 60 anos, residentes na zona urbana do município de Pelotas, num processo de amostragem em múltiplos estágios para assegurar a representatividade da amostra.
Serão excluídos os idosos que não pudessem responder aos questionários ou realizar os testes por incapacidade física ou mental ou não ter um cuidador que auxiliassem nas respostas.
O cálculo do tamanho de amostra foi realizado através do programa OpenEpi online. Para o cálculo foi considerada a população atual de Pelotas em torno de 325.000 habitantes. Estima-se a frequência máxima dos desfechos estudados em torno de 15% a 20%, considerando um erro aceitável de 2,0 pontos percentuais e um efeito de delineamento de 1,1. A amostra necessária seria de 850 idosos, e após o acréscimo de 20% para perdas e recusas, seria necessário um tamanho amostral entre 1342 e 1683 idosos.
Os dados serão coletados através de visitas domiciliares, por entrevistadores treinados.
Serão utilizados os seguintes dados:
Dados de identificação e socioeconômicos: coletados junto ao paciente através de questionários pré-definidos e do Critério de Classificação Econômica Brasil. Para fins de comparabilidade, serão utilizadas as versões 2013 (aplicada no estudo anterior) e a atual (2021);
Peso e altura: O peso será obtido através de balança digital (TANITA UM-080) e a altura estimada será obtida a partir da altura do joelho medida por antropometro de madeira portátil, segundo equação sugerida por Chumlea (12).
Dados comportamentais: Informações sobre a prática de atividade física, tabagismo, consumo de álcool e dieta serão avaliados através de autorrelato e questionários específicos. O tabagismo e o consumo de álcool foram verificados através de perguntas no questionário sobre o uso/consumo nos últimos 30 dias. A atividade física foi avaliada através das sessões de lazer e deslocamento do questionário International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) versão longa (6, 13, 14). Será utilizada a recomendação de 150 minutos/semana de atividades físicas moderada e vigorosas para identificar a prática adequada (14). O consumo de proteínas será avaliado através de informações sobre o consumo, na última semana, de carne (carne vermelha, frango, peixe) ou ovos, assim como de leite e derivados, a partir de um questionário de frequência alimentar (QFA) reduzido.
Multimorbidade: A multimorbidade será avaliada por auto relato de 28 doenças e sintomas, segundo informações por diagnóstico médico prévio das seguintes situações clínicas: hipertensão arterial, diabetes, problemas cardíacos, insuficiência cardíaca, asma, bronquite, enfisema, artrite, doença de Parkinson, insuficiência renal, hipercolesterolemia, convulsões, úlcera estomacal, osteoporose, incontinência urinária, constipação, incontinência fecal, depressão, glaucoma, surdez, dificuldade engolir, insônia, desmaios, rinite, dificuldade para falar, derrame, distúrbios mentais e câncer. Esta metodologia foi aplicada na visita domiciliar de 2014 (7). Para a definição de multimorbidade, serão testados os diversos pontos de corte apresentados na literatura (+2, +3 ou +5 doenças e sintomas).
Capacidade funcional: A capacidade funcional será avaliada através da escala de Katz adaptada para o nosso meio (15). O idoso será classificado de acordo com o número de incapacidades nas atividades da vida diária.
Fragilidade: A fragilidade será avaliada através da Escala de Fragilidade de Edmonton adaptada para o nosso meio (16, 17).
Avaliação da sarcopenia: A sarcopenia será avaliada utilizando a mesma metodologia utilizada no estudo anterior (5). Serão avaliadas a massa muscular, força e performance muscular, e o diagnóstico de sarcopenia será segundo o Consenso de 2018 do European Working Group in Sarcopenia on Older People (EWGSOP) (18) ou pelo critério mais atual, caso seja atualizado durante o período do estudo. Para fins de comparabilidade, os idosos do estudo de 2014 também terão a prevalência de sarcopenia segundo estes critérios.
Depressão: A depressão será avaliada através do questionário GDS-10, através de 10 questões (21, 22). Será considerada depressão o escore ≥5.
Consumo de medicamentos: O consumo de medicamentos será avaliado através de relato de consumo de medicamentos nos 15 dias anteriores à visita.
Quedas e fraturas: Será perguntado o número de fraturas apresentado pelo idoso no ano anterior.
Estado nutricional: o diagnóstico nutricional será realizado de acordo com os 5 critérios GLIM: perda não intencional de peso, IMC baixo, baixa massa muscular (avaliada pela circunferência da panturrilha), diminuição da ingestão alimentar ou má-absorção e presença de inflamação/carga da doença (avaliada pelas comorbidades presentes) (23).
COVID longo: Será perguntado para os idosos que tiveram COVID-19 sobre a presença dos principais sintomas associados ao COVID longo: fadiga, falhas ou alteração de memória, perda do olfato, confusão mental, falta de ar, dor de cabeça, distúrbio do sono, intolerância ao exercício, fadiga, ansiedade, depressão e tonturas (24, 25). Também será perguntado o momento de início em relação ao diagnóstico da infecção e sua duração.
Na visita domiciliares, os dados serão coletados com a utilização de tablets utilizando a plataforma Research Eletronic Data Capture – REDCap (https://projectredcap.org/) para aplicação do questionário. A sincronização dos dados se fará através do servidor da Universidade Federal de Pelotas, tão logo os tablets conectem-se com uma rede sem fio.
Análise dos dados
A análise dos dados será feita através do programa Stata® versão 16.1 (StataCorp, College Station, Texas, USA). Serão realizadas inicialmente as análises descritivas das variáveis e testada a normalidade das variáveis contínuas. Para as análises bivariadas de medidas contínuas, serão utilizados os testes t ou Wilcoxon-Mann-Whitney, ANOVA ou Kruskall-Wallis, dependendo da distribuição das variáveis.
Para comparação das frequências entre os dois estudos será utilizado o teste de c quadrado de Pearson.
Para todos os testes será considerado um nível de significância de 5%, bicaudal.
Aspectos éticos
Este estudo será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas. A participação dos idosos sempre será voluntária. Na visita domiciliar será utilizado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para assegurar o consentimento por escrito de todos os seus participantes. Também serão respeitados todos os princípios éticos estabelecidos pelo Conselho Nacional de Saúde, Resolução no 196.
Nenhum dos métodos de avaliação utilizados neste estudo tem caráter invasivo ou acarreta algum malefício ao idoso. Os idosos serão informados dos resultados dos seus exames antropométricos e suas adequações.
Indicadores, Metas e Resultados
- espera-se encontrar uma alta proporção de idosos que relataram ter tido COVID-19
- espera-se que os idosos que tiveram COVID-19 apresentem maiores prevalências de fragilidade, sarcopenia, desnutrição, sobrepeso/obesidade, e maior incidência de quedas e fraturas, quando comparados àqueles que não contraíram o vírus.
- espera-se que os idosos que tiveram COVID-19 apresentem maiores prevalências de fragilidade, sarcopenia, desnutrição, sobrepeso/obesidade, e maior incidência de quedas e fraturas, quando comparados àqueles que não contraíram o vírus.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANDREA HOMSI DAMASO | 2 | ||
MARIA CRISTINA GONZALEZ | 4 | ||
MARLOS RODRIGUES DOMINGUES | 2 | ||
MARYSABEL PINTO TELIS SILVEIRA | 2 | ||
RENATA MORAES BIELEMANN | 2 | ||
SILVANA PAIVA ORLANDI | 2 | ||
THIAGO GONZALEZ BARBOSA E SILVA | 2 | ||
WANDERLÉIA ORTIZ MARTINS |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
CNPq / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico | R$ 114.900,00 | Coordenador |
Plano de Aplicação de Despesas
Descrição | Valor |
---|---|
339030 - Material de Consumo | R$ 33.000,00 |
449052 - Equipamentos e Material Permanente | R$ 81.900,00 |