Nome do Projeto
MEIO AMBIENTE E ARQUEOLOGIA NA MARGEM ESQUERDA DO CANAL SÃO GONÇALO, PELOTAS-RS
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
31/07/2021 - 31/07/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Resumo
Este projeto tem como objetivo realizar um levantamento arqueológico de estruturas pré-coloniais e históricas e identificar fauna e flora na área que compreende a sede da Fundação Tupahue, localizada na margem esquerda do canal São Gonçalo, município de Pelotas-RS. A área é composta por terrenos alagados, cobertura de matas e um cordão de dunas fósseis, constituindo um ecótono ambiental, integrando um ambiente de banhado e um ambiente de mata atlântica. Na área da pesquisa já foram identificados um sítio arqueológico de ocupação Guarani e no terreno lindeiro, conhecido como Pontal da Barra, foram identificados 18 cerritos, que são estruturas de terra construídas desde 2500 anos atrás. A região do Pontal da Barra / Dunas do Laranjal é uma prioridade de conservação amplamente reconhecida, inclusive com o apoio da Universidade Federal de Pelotas (que publicou um livro-proposta para proteger essa área), onde foram registradas mais de 40 espécies ameaçadas de extinção, algumas delas endêmicas da região (BARCELLOS, 2019). Considerando a riqueza em termos de fauna, flora e sítios arqueológicos, a área tem um grande potencial não apenas para pesquisa, mas também para atividades de ensino e extensão, de modo que interesse tanto da Universidade, a partir dos projetos coordenadores pelos docentes arrolados no presente projeto, como da Fundação, firmar um acordo de cooperação, em vias de potencializar as pesquisas na área e as atividades de extroversão do conhecimento. É importante ainda destacar que a área da Fundação e terrenos lindeiros vem sendo pensada como parte de uma possível Unidade de Conservação, cujos trabalhos do presente projeto poderiam subsidiar com mais informações científicas.

Objetivo Geral

O objetivo central do presente projeto é a identificação de sítios arqueológicos e da biodiversidade, para mapear o patrimônio cultural e ambiental da área da sede da Fundação Tupahue, na margem esquerda do canal São Gonçalo, no município de Pelotas-RS.

Justificativa

A área da sede da Fundação Tupahue e adjacências, localizada na margem esquerda do canal São Gonçalo, abriga um um ecótono onde habitam centenas de espécies de animais e plantas, sendo 47 delas em risco de extinção. A área envolve um conjunto de sítios arqueológicos de origem indígena e também sítios históricos do período charqueador. A alta sensibilidade ambiental e o rico patrimônio histórico-cultural são fatores que se somam para a composição de uma paisagem cultural e ambiental de alta significância para o município de Pelotas, o que vem sendo discutido na esfera municipal em torno da criação de uma Unidade de Conservação na região que envolve a margem esquerda do canal São Gonçalo, desde o arroio Pelotas até o Ponta da Barra. Sendo assim, o projeto se justifica na medida em que buscará a realização de novas pesquisas para identificação de espécies de fauna e flora e sítios arqueológicos, para então trazer novos elementos para qualificar a caracterização ambiental e cultural da área da pesquisa. Além disso, é importante frisar as ações educativas, que buscarão publicizar e sensibilizar a sociedade pelotense para a importância dessa área para o município.

Metodologia

As pesquisas na área da sede da Fundação Tupahue serão desenvolvidas da seguinte forma:
1) Mapeamento de sítios arqueológicos: O primeiro passo da pesquisa será ampliar o levantamento prospectivo na área de pesquisa para identificar sítios arqueológicos. O trabalho em campo será realizado através do método de prospecção interventivo, que se configura como caminhamento no terreno para identificação de estruturas em superfície, assim como perfuração de pontos específicos com uso escavadeira articulada (boca de lobo), para identificação de estruturas e materiais em profundidade. Serão também utilizadas técnicas não-interventivas, que envolvem aplicação de Geoprocessamento, imageamento por satélite, uso de fotografias aéreas e possivelmente aplicação de GPR (Ground Penetrating Radar).
2) Realização de saídas de campo para registro de espécies da fauna. Em cada saída de campo serão percorridos vários ambientes naturais presentes na área, utilizando-se binóculos, câmeras fotográficas e cadernos de notas para auxiliar na observação, documentação e registro das informações.
3) Instalação de armadilhas com e sem atrativos para coleta de fauna de invertebrados em diferentes ambientes. Serão instaladas armadilhas Malaise para interceptação do vôo de insetos, como dípteros e hymenópteros ao longo de 36 meses. Serão instaladas uma vez por mês armadilhas CDC para captura de mosquitos e também armadilhas luminosas do tipo Queiroz para captura de insetos com comportamento noturno. Serão instaladas armadilhas WOT com atrativos para captura de insetos necrófagos. Eventualmente também serão realizadas capturas manuais com Rede Entomológica.
4) Realização de saídas de campo para registro de espécies da flora. Em cada saída de campo serão percorridos vários ambientes naturais presentes na área, utilizando-se binóculos, câmeras fotográficas e cadernos de notas para auxiliar na observação, documentação e registro das informações.
5) Abordagens extra-muros: A abordagem extra-muros está relacionada às atividades de extensão, tanto em práticas de educação patrimonial junto a escolas públicas e privadas da cidade e discentes da UFPEL. As ações educativas envolvem palestras, oficinas e exposições arqueológicas e sobre temas ambientais. Essas ações educativas, embora sejam mais tradicionais, potencializam a divulgação e a popularização dos conhecimentos acadêmicos sobre patrimônio cultural e ambiental local e regional, chamando a atenção para a necessidade de preservação dos bens patrimoniais.

Indicadores, Metas e Resultados

1) Identificação de sítios arqueológicos pré-coloniais e históricos na área da sede da Fundação Tupahue
2) Identificar, mapear e documentar a ocorrência de espécies de fauna na área em tela
3) Identificar, mapear e documentar a ocorrência de espécies de flora na área em tela
4) Identificar e mapear bens patrimoniais culturais e ambientais na área, a fim de subsidiar com dados científicos as discussões sobre uma possível Unidade de Conservação Ambiental na área.
5) Realizar atividades de ensino e extensão, com discentes da Universidade Federal de Pelotas e, especialmente, de escolas públicas e privadas do município de Pelotas, usando material didático produzido com imagens e informações obtidos na própria área da sede da Fundação Tupahue.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALEXIA VITTORIA DARIVA TORMEN
AMANDA FORQUIM CETOLIN
ANNA CLARA BOEIRA MULLER
BRUNA RAZEIRA WAHAST
BRUNO MADEIRA
CARLOS NATA DA SILVA ESPINDOLA
CRISTIANO AGRA ISERHARD
Clarissa Corrêa Garcia
DANIEL ANDRÉ DE CARVALHO
FLAVIA SUELEM SCAGLIONI
GIOVANNI NACHTIGALL MAURICIO3
ISABELA LOURENCO CRUZ
Isabel Gomes Vieira
Isabella Andrade da Silva
JEFFERSON FOSTER DA SILVA
JOÃO RICARDO VIEIRA IGANCI1
JULIANA CORDEIRO2
JÉFERSON BUGONI2
JÚLIA COSTA DE MOURA
MARIA CAROLINA DOMINGUES DOS SANTOS
MARIA EDUARDA FERREIRA SANTANA
RAFAEL GUEDES MILHEIRA4
RAFAELA DE FREITAS RODRIGUES MENGUE DIMER
RODRIGO FERREIRA KRUGER3
SEBASTIAN FELIPE SENDOYA ECHEVERRY2
SHAIANE MARIA DOS SANTOS
VICTOR KENZO FERNANDES TANAKA
VICTORIA AMARAL DOS SANTOS
VINICIUS DA COSTA RODRIGUES

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