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O período inicial da trajetória universitária tem sido considerado o mais crítico, marcado pela ocorrência de níveis elevados de retenção, evasão, reprovação e ou constantes mudanças de curso (CASANOVA; ARAÚJO; ALMEIDA, 2020; FERRAZ, LIMA; SANTOS, 2020). A transição do ensino médio para o Ensino Superior caracteriza-se como uma experiência desafiadora, provocando diversas mudanças na vida dos estudantes. A universidade tende a ser mais exigente do que a escola de ensino médio no que se refere à necessidade de aumento da autonomia, da autorregulação e da independência em vários domínios: pessoal, social, vocacional e acadêmico, mandatórios para que o estudante alcance sucesso (FRISON, et al., 2021; FERRAZ, LIMA; SANTOS, 2020; FARIA; ALMEIDA, 2020).
As dificuldades enfrentadas pelos universitários, no que se refere à aprendizagem, podem ser mais bem equacionadas quando aprendem a desenvolver habilidades autorregulatórias – como definição de objetivos, planejamento estratégico, administração do tempo e autoavaliação, entre outras.
Atividades de autorregulação da aprendizagem (ARA) vinham sendo promovidas na UFPel, desde 2015, pelo grupo de pesquisa e estudos em aprendizagem autorregulada – GEPAAR, coordenado pela professora Lourdes Bragagnolo Frison (in memorian), visando a melhorar o desempenho acadêmico de estudantes da instituição, com resultados positivos (FRISON et al., 2015; MIRANDA; NONTICURI; FRISON, 2017; MIRANDA; SCHIAVON; FRISON, 2018; MIRANDA; NONTICURI; FRISON, 2018). A eficácia e a efetividade de programas que visam a promover competências autorregulatórias, desde a pré-escola até o ensino superior, têm sido amplamente constatadas, na literatura internacional, em diversas meta-análises (BOER; BERGSTRA; KOSNTONS, 2012; ERGEN; CANALDI, 2017; LI et al., 2018; THEOBALD, 2021).
Desse modo, ações voltadas ao desenvolvimento dessa autonomia, de modo que os estudantes tenham consciência das estratégias de aprendizagem que podem desenvolver para alcançar seus objetivos, são essenciais para a melhoria do desempenho acadêmico e permanência do estudante na universidade.

Os procedimentos adotados para o desenvolvimento deste projeto serão oficinas com exposição de conteúdo das temáticas abordadas, orientação individual e grupo de apoio que serão realizadas em três frentes de ação. A primeira consiste em promover ações voltadas ao desenvolvimento de processos autorregulatórios. A segunda vertente visa acompanhar os estudantes em questões que envolvem a estruturação do projeto de TCC, com acompanhamento na escrita do pré-projeto, mentoria para organização e escrita do TCC, e orientação sobre as normas acadêmicas para escrita dos trabalhos científicos. A última vertente pretende auxiliar os estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem, como TDAH, dislexia, entre outras dificuldades, com grupos de apoio voltadas à intervenção pedagógica.

Ao final do projeto espera-se que os estudantes consigam:
- Desenvolver diferentes estratégias para gerenciar suas emoções, motivação, comportamento, pensamentos, e ambiente para uma aprendizagem efetiva.
- Aprimorar suas habilidades de escrita e organização para escrever seus projetos de TCC com êxito.
- Fortalecer as habilidades dos estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem no âmbito social e pedagógico.
Como meta geral, espera-se elevar os níveis de aprovação dos estudantes da UFPel, evitar a evasão, tornar sua permanência na referida Universidade em uma trajetória de êxito.