Nome do Projeto
LADAIA - Laboratório de Decolonialidade em Ações e Investigações Artísticas
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
14/04/2020 - 14/04/2022
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão
Artes cênicas
Resumo
Tendo como foco temático a decolonialidade, desobediências epistêmicas e a descolonização dos saberes engendradas na performance, o Laboratório de Decolonialidade em Ações e Investigações Artísticas (LADAIA) visa promover ações e investigações artísticas e pedagógicas no âmbito das Artes Cênicas, estimulando o campo de conhecimento ao exercício da pesquisa/criação e ensino das artes a partir de epistemologias do sul, decoloniais, anticoloniais, contracoloniais, descoloniais, afrodiaspóricas, indígenas, afrocêntricas, latinas e interssecionais. Em especial os saberes/fazeres do corpo em práticas performáticas de motriz cultural afro-ameríndias. Este projeto alinha-se as prerrogativas da Lei 11.645/08 (LDB) através da pesquisa e extensão acerca de temas que orbitam em torno do ensino da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena em todos os níveis da educação.

Objetivo Geral

OBJETIVO GERAL
Desenvolver ações disruptivas que promovam rotas alternativas e subversoras das experiências e heranças coloniais ainda presentes no campo da formação acadêmica em Artes Cênicas.

OBJETIVO ESPECÍFICOS:
- Promover ações e investigações, artísticas e pedagógicas, que auxiliem no exercício do ensino e pesquisa/criação acerca das epistemologias do sul, decoloniais, anticoloniais, contracoloniais, descoloniais, afrodiaspóricas, indígenas, afrocêntricas, latinas e interssecionais no campo das Artes Cênicas;
- Atuar no desenvolvimento da pesquisa acerca das práticas performáticas em Dança, Teatro e Performance Brasileira a partir da investigação do saber/fazer de artistas-docentes brasileirxs, cuja obra artística e a prática pedagógica efetiva a Lei 11.645/08, ou tenham a Decolonialidade como conceito operatório em suas práticas artístico-pedagógicas;
- Promover encontros de compartilhamento e trocas de saberes/fazeres negros e indígenas;
- Promover o ensino e pesquisa/criação em Dança através de ciclos de estudo abertos à comunidade, estimulando a produção teórico-prática em Arte com ênfase nos saberes/fazeres afro-ameríndios amparados pela Lei 11.645/08;
- Divulgar o curso de Dança-Licenciatura (UFPel) a partir de ações de cunho pedagógico e artístico;
- Fortalecer os diálogos acerca da temática do projeto dentro do Curso de Dança-Licenciatura (UFPel), contribuindo para uma formação docente baseada em propostas pluriculturais, diversa em sua perspectiva teórico-prática e conectada aos contextos artístico-pedagógicos pelotense, sul-rio-grandense e brasileiro.

Obs: Todas as ações do projeto buscam o acesso livre, gratuito e democrático ao conhecimento, envolvendo diferentes públicos, conforme a ação realizada.

Justificativa

Ladaia é uma expressão coloquial utilizada nas periferias do Rio Grande do Sul para referir-se a “confusão”, “fofoca”, “diz que me disse”, “tumulto”. Sendo o campo das Artes Cênicas minado pela colonialidade do saber, este projeto visa investigar a complexidade epistêmica dos saberes/fazeres presentes nas práticas performáticas, artísticas e pedagógicas afro-ameríndias. Organizadas na oralidade de mestras e mestres do saber/fazer africanos e indígenas.

O Laboratório de Decolonialidade em Ações e Investigações Artísticas (LADAIA) se inscreve no meio acadêmico com foco na investigação e promoção de ações artísticas-pedagógicas estratégicas para burlar os "carregos coloniais" ainda presentes na formação acadêmica em Artes Cênicas na UFPel.
A criação do Projeto Unificado LADAIA, justifica-se pela necessidade de fortalecimento da produção de reflexões críticas e de(s)coloniais de cunho teórico-prático acerca do saber/fazer pedagógico e performático dos corpos negros e indígenas presentes no contexto acadêmico via sistema de cotas. O foco em práticas artístico-pedagógicas reconhecidamente engajadas, fruto da experiência corpórea desenvolvida por artistas, professoras(es) e pesquisadoras(es) das Artes Cênicas, expressam em sua materialidade e discurso a urgência de um olhar cuidadoso e atento por parte da acadêmia, portanto, um projeto que articule de maneira ética a diversidade étnico-racial, suas representações e identidades na formação em arte é fundamental.

Pois, sendo a comunidade acadêmica um tecido plural, formado pelas mais diversas camadas sociais e identidade étnicas, é urgente acolher e colaborar na promoção dos conhecimento marginalizados, construídos em corpos que tem seu saber/fazeres historicamente recalcados pela colonialidade do saber (QUIJANO, 2005).

Tais experiências corpóreas, fundamentais a concretização do conhecimento nas culturas afro e indígenas, emergem da desobediência de ordem epistêmica, política e teórico-prática frente a colonialidade impressa no campo das Artes Cênicas. São recorrentes e resistentes, haja visto que resistem pulsantes frente aos currículos e às práticas de ensino que se caracterizam pela proximidade e reprodução de metodologias eurocêntricas, distanciadas da realidade cultural e étnico-racial brasileira.

Esse distanciamento complexifica o processo cognitivo, pois depõe a favor da perca da identidade cultural através de políticas de identidade, afastando muitxs alunxs ingressantes na universidade pública via sistema de reserva de vagas, garantidas pela Lei nº 12.711/2012, que institui o sistema de Cotas para alunos negros, pardos, indígenas, oriundos de escolas públicas e com renda familiar considerada precária, de suas realidades linguísticas e das representações culturais do seu grupo de pertencimento primário, ou naturais (Clã, Família, Etnia...) (SODRÉ, 2012).

Por esses motivos faz-se urgente aprofundar o estudo sobre as táticas e técnicas do ensino e pesquisa/criação em arte que auxiliem a comunidade acadêmica e xs sujeitxs oriundos de culturas historicamente vitimizadas pelo Racismo Estrutural (ALMEIDA, 2018) respaldado pela deslegitimação no campo acadêmico à superar os “carregos colonialiais” ainda vigentes no campo das Artes.

Segundo Muniz Sodré (2012, p. 22) o colonialismo – ou, como alguns preferem, a ‘colonialidade’ – é ainda hoje a persistência desse primado do um absoluto sobre o pluralismo cultural, em especial nas ideologias que confluem para as instâncias educacionais por meio de textos canônicos e por informação pública. Nesse contexto, o termo LADAIA é utilizado com desejo de expressar a necessidade do ORALIDADE no sentido mais amplo da palavra (ZUMTHOR, 2007; MARTINS, 2003), da VOZ, reforçando o apelo por outras VOZES, MULTIPLAS VOZES, SONORIDADES E GESTOS, na produção de conhecimento, em contraponto aos ‘esclarecimento’ e o monismo cultural reforçados pela cultura acadêmica eurocentrada, desobedecendo os projetos hegemônicos do saber, que entre outras premissas reforça a negação dos grupos de pertencimento primários, ou naturais (família, clã, etnia) como chave na manutenção do conhecimento ‘universal’, unívoco e centrado na experiência e saber do colonizador.

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural?. Belo Horizonte (MG): Letramento, 2018.
MARTINS, Leda. Performances da oralitura: corpo, lugar da memória. Letras (Santa Maria), Santa Maria, v, 25,p. 55-71, 2003.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do Poder, Eurocentrismo e América Latina. In. LANDER, E. (org.). A Colonialidade do Saber: eurocentrismo e Ciências Sociais. Trad. Júlio César Casarin Barroso Silva. 3 ed., Buenos Aires: CLACSO, 2005.
SODRÉ, Muniz. Reinventando a Educação. Diversidade, descolonização e redes. Petrópolis: Vozes, 2012.
ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. Trad. Jerusa Pires Ferreira, Suely Fenerich. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

Metodologia

Tendo como perspectiva metodológica a Pesquisa Qualitativa (YIN, 2006), atravessada por metodologias próprias da práticas de ensino e de pesquisa/criação em Artes Cênicas (SILVA, 2010; FORTIN, GOSSELIN, 2014), o projeto propõe uma série de ações metodologicamente autônomas, entretanto articuladas entre si na perspectiva da aproximação, construção e difusão do conhecimento produzido no corpo, tanto no processo de formação da identidade docente em arte quanto no processo da pesquisa/criação em Dança.

EIXO 01 - Núcleo de pesquisa/criação PINAUNA
Núcleo responsável pelo desenvolvimento de pesquisa/criação cênica, com foco em poéticas decoloniais e investigações teórico-práticas acerca da preparação corporal para intérpretes-criadores em Dança. Este eixo contará com a participação de alunxs-artistas do Centro de Artes-UFPel, professores colaboradores e artistas que se integraram na investigação a partir das práticas artísticas desenvolvidas. Terá encontros semanais (duas vezes por semana e três horas por encontro) e será responsável pela articulação com espaços, festivais e mostras de arte, xs integrantes atuarão na criação-interpretação de performances artísticas, produção executiva das criações, divulgação e circulação das performances, frutos da pesquisa/criação cênica, bem como na sistematização dos saberes/fazeres articulados nos processos de criação e de ensino desenvolvidos pelo núcleo;

EIXO 02 - Núcleo de Estudos De(s)coloniais em Pedagogia da Arte OFÒ
Investigação acerca de obras teóricas e ações práticas artístico-pedagógicas de(s)coloniais. O núcleo atuará na promoção de ações pedagógicas, difusão e sistematização das investigações desenvolvidas a cerca do ensino das artes numa perspectiva de(s)colonial. Contará com encontros semanais fechados (um encontro de duas horas por semana) e um encontro mensal aberto (uma hora). Atuará na produção de ações pedagógicas (seminários, minicursos presenciais ou EaD, produção de mídias, podcasts ...)que promovam a formação crítica em torno da efetivação da Lei 11.645/08 em diversos contextos educacionais. Este eixo também contará com a participação de alunxs da UFPel, professores colaboradores e arte-educadores que desenvolvem ações e investigações acerca da cultura e histórica africana, afro-brasileira e indígena.

FORTIN, Sylvie; GOSSELIN, Pierre. Considerações metodológicas para a pesquisa em arte no meio acadêmico. ARJ | Brasil | Vol. 1/1 | p. 1-17| Jan./Jun. 2014
SILVA, Suzane Weber. Metodologia de inspiração etnográfica em pesquisas de práticas corporais artísticas. In: VI CONGRESSO DA ABRACE, VI, 2010. Anais do VI Congresso da ABRACE. São Paulo, 2010, p. 1-5.
YIN. Robert K. Pesquisa qualitativa do início ao fim. Tradução: Daniel Bueno; Porto Alegre: Penso, 2016.

Indicadores, Metas e Resultados

-Desenvolver processos criativos em artes cênicas que culmine na criação de obra cênica com média de 30 minutos de duração;
-Promover ações pedagógicas em ambientes virtuais de ensino, tais como plataformas compartilhamento de fotos, vídeos e áudio;
-Apresentação de trabalhos acadêmicos desenvolvidos pelos dois núcleos;
-Produção de 3 ações pedagógicas estratégicas (seminários, minicursos presenciais ou EAD, produção de mídias, podcasts ...).

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALEXANDRA GONCALVES DIAS
ALICE BRAZ ITURRIET
ALINE FERREIRA DE ARAUJO
ALLISON LOURENÇO DOS SANTOS
AMANDA NUNES PEREIRA
ANA CRISTINA RIBEIRO SILVA
ANA ELISA MATTOSO FERREIRA
ANA LUÍSA PANARELLI COSTA
ANA PAULA SIGA LANGONE
ANDRISA KEMEL ZANELLA
ANIELLE CONCEIÇÃO LEMOS
Amanda Santos Silveira
Ana Paula Melo Da Silva
Ana Paula Silva dos Reis
Ariadne Silveira Terra
BEATRIZ DE FREITAS CORRÊA
BELIZA GONZALES ROCHA
BRENDA PEREIRA NUNES
BRUNA MOREIRA DE OLIVEIRA
BRUNA MOREIRA DE OLIVEIRA
BRUNO BLOIS NUNES
BRUNO FERREIRA FREITAS
CARMEN ANITA HOFFMANN4
CAROLINA MARTINS PORTELA
CAROLINA PINTO DA SILVA
CAROLINE DA SILVA VILLAR
CAROLINE RIBEIRO PAZ
CATIA FERNANDES DE CARVALHO
CLAUDILENE CASTRO DE LIMA
CLEYCE SILVA COLINS
CLÉSIS NIARA LARROSSA PAIVA
CRISTIAN DAMIAN TEVEZ
Carolina Alves Leite
DANIEL SILVEIRA DOS REIS
DANIELA LLOPART CASTRO
DANIELA RICARTE TEIXEIRA POLLEZI DO AMARAL
DANIELE DE SOUZA FAGUNDES
DEIVID GARCIA VIEGAS
DENISE FERREIRA DE SOUZA
DÉBORA DA SILVA MENDES
DÉBORA SOUTO ALLEMAND
EDUANE LAPUENTE BOLDT
ELEN KARLA SOUSA DA SILVA
ELEONORA CAMPOS DA MOTTA SANTOS4
FABIANA FERREIRA DOS SANTOS
FELIPI DOS SANTOS CORREA
FRANCINE DA SILVA LEMOS
Fernanda Duarte de Oliveira
GESSI DE ALMEIDA KÖNZGEN
GIOVANA SILVEIRA MACHADO
GISELLE MOLON CECCHINI
GRAZIELLE RAMOS BESSA
Gabriel Gularte da Silva
Gabriela Souza da Rosa
HELENA ACOSTA DIAS
HELENA THOFEHRN LESSA
INGRID SILVA DUARTE
ISABELA CORRADI VIANNA SIMÕES GOMES
ISADORA BEATRIZ DE SOUZA GIL
JANETE RODRIGUES DA SILVA
JAQUELINE SILVA VIGORITO
JARDEL DA SILVA MOURA
JOSIANE GISELA FRANKEN CORREA4
JOÃO LUCAS DA CRUZ
JULIANA DE MORAES COELHO
JULIANA DOS SANTOS DA ROSA
JULIANA VIEIRA PEREIRA
Joice Costa da Silva
Juliana de Oliveira Ferreira
JÉFERSON LUÍS DIAS DA SILVA
JÉSSICA OLIVEIRA DE CARVALHO
JÚLIA GARAGORRY GARCIA
JÚLIA HENRIQUES COSTA
LARISSA GONÇALVES MEDEIROS
LAURA RODRIGUES DA CONCEICAO SOUZA
LEILA CRISTIANE PINTO FINOQUETO
LIDIANE DA SILVA PINHEIRO
LIDIANE DOMINGUES RODRIGUES
LUDMILA DE LIMA COUTINHO
LUIZA RANGEL MORESCO
Leandra Vitoria Farias Oliveira
Lisandra Ribeiro Barbosa
MANOEL GILDO ALVES NETO15
MARIA ANDREA DOS SANTOS SOARES
MARIA DA GLORIA OLIVEIRA DO NASCIMENTO
MARIA FONSECA FALKEMBACH
MARIA FONSECA FALKEMBACH
MARIA JÉSSICA PINTO ARAUJO
MARIANA GOUVEA DOS SANTOS
MARINA TIMM MEDEIROS
MARTHA GOMES DE FREITAS
MATHEUS IBANEZ MELLO
MILENA ELEUSINA FAGUNDES DE ASSUNÇÃO
MORGANA VAZ DA SILVA
Magda Amabile Biazus CArpeggiani Bellini
Maria Guadalupe Casal
NAIANE RIBEIRO ROSA
NATALIA CRISTINA DE CAMARGO
NAYANE MACHADO LIMA DE MELO
NAYLSON RODRIGUES COSTA
PALOMA ALVES GOVEIA
PAULO JOSE GERMANY GAIGER
PRISCILA COUTO DOS SANTOS
RAQUEL SILVEIRA RITA DIAS15
RODRIGO LEAL DIAS
RODRIGO LEMOS SOARES
ROSANA DE LIMA PEREIRA
ROSÂNGELA DA ROSA DOMINGUES
SABRINA MARQUES MANZKE
SARAH LEÃO LOPES
SHAIANE BEATRIZ DOS SANTOS
Suzane Weber da Silva
TIWA EMI OLIVEIRA DA SILVA
TUANNY MASCARENHAS
WELLINGTON ARANHA DOS SANTOS
Yã Ossaiê dos Santos Mostachio
ÍRIA RAMOS OLIVEIRA

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