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Os objetivos aqui expressos foram elaborados em consonância com o Plano de Desenvolvimento da Unidade (PDU) do Centro de Ciências Sócio-Organizacionais (CCSO) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e com base nos princípios norteadores da Educação Profissional e Tecnológica, de acordo com a Resolução CNE/CP N. 01, de 05/01/2021. 


OBJETIVO GERAL

O Curso de Comércio Exterior possui como objetivo geral formar profissionais tecnólogos com sólida formação interdisciplinar, capazes de atuar na gestão de negócios internacionais, tanto no setor público quanto no setor privado, de forma ética e intercultural.  


OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 

O Curso de Comércio Exterior, seguindo o que estabelece o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia (CNCST/MEC, 2016), bem como determina a Resolução CNE/CP Nº 1 de 05/01/2021, traça como perfil do egresso um profissional habilitado para atuar em mercados globais, por meio de estratégias e práticas gerenciais internacionais de forma responsável, intercultural e ética.  O tecnólogo em Comércio Exterior estará apto a desempenhar funções em diferentes setores da economia, do mercado, dos governos, tanto em organizações públicas quanto em empresas privadas, nacionais e internacionais, tais como:

-Empresas de importação/exportação;

-Empresas de planejamento, desenvolvimento de projetos, assessoramento técnico e consultoria; 

-Empresas de logística internacional;

-Empresas de despacho aduaneiro;

-Instituições financeiras;

-Órgãos Públicos ligados ao setor de arrecadação; 

-Institutos e Centros de Pesquisa;

-Instituições de Ensino, mediante formação requerida pela legislação vigente.

As seguintes competências serão desenvolvidas pelo discente, articuladas com as necessidades locais e regionais e condizentes com demandas apresentadas pelo mundo do trabalho: 

HABILIDADES PROFISSIONAIS ESPERADAS
 

- Analisar as tendências de mercado, para o planejamento da comercialização dos produtos e serviços com diferentes países;

- Trabalhar respeitando a diversidade cultural, regimes jurídicos distintos, estruturas econômicas, experiências históricas e diversidade de linguagens necessárias nas negociações internacionais; 

- Dominar processos de negociação com uma visão ampla e generalista, com raciocínio lógico, flexibilidade e criatividade;

- Entender e acompanhar a evolução das legislações relativas à habilitação de comércio exterior, bem como das atividades desenvolvidas pelas organizações importadoras e exportadoras;

- Desenvolver espírito de liderança, trabalho de equipe, de negociação e tomada de decisão.

O currículo do Curso de Comércio Exterior está de acordo com a Resolução do COCEPE n. 29, de 13 de setembro de 2018 (UFPel, 2018), segundo a qual as atividades curriculares compreendem três dimensões formativas: formação específica, formação complementar e formação em extensão.

a) Formação específica: são atividades curriculares determinadas pela legislação vigente aos cursos de graduação (de caráter obrigatório e optativo), de formação geral e de estudos de aprofundamento e diversificação das áreas de atuação profissional, considerando as especificidades dispostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica (Resolução CNE/CP n. 1, de 05/01/2021). Os componentes curriculares do Curso de Comércio Exterior da UFPel foram estruturados em eixos de formação básica e profissional.
A formação básica cumpre a função de prover conhecimentos estruturantes que permitem ao estudante compreender a realidade nacional e internacional em sua totalidade, promovendo uma visão interdisciplinar e sistêmica. Abrange áreas como economia, ciência política, direito, relações internacionais, matemática financeira e metodologia científica, sendo operacionalizado por meio de componentes como Fundamentos de Economia, Fundamentos de Ciência Política, Análise de Investimentos, Negociação Internacional, Economia Internacional, Cidadania e Direitos Humanos (EaD), Fundamentos de Pesquisa e Finanças Internacionais. Esses conteúdos, além de constituírem a base cognitiva necessária para o exercício da prática profissional, fomentam a capacidade de análise crítica, de compreensão de cenários complexos e de articulação de saberes teóricos na resolução de problemas concretos, atributos indispensáveis à formação de profissionais de Comércio Exterior.
A formação profissional concentra-se na consolidação de competências específicas vinculadas à prática do comércio internacional, articulando áreas como administração, contabilidade, logística, gestão financeira, prospecção de mercados e rotinas aduaneiras. Tal eixo se concretiza em componentes como Fundamentos de Administração (EaD), Introdução ao Comércio Exterior, Gestão Financeira, Exportação, Regulação do Comércio Internacional, Importação, Análise de Cenários Internacionais e Logística Internacional. A estrutura curricular, nesse sentido, não se limita à transmissão de conteúdos normativos e técnicos, mas busca constantemente aproximar o estudante da realidade profissional, por meio de estudos de caso, simulações de operações aduaneiras e tributárias, uso de softwares aplicados à área, visitas técnicas e contato com profissionais que atuam no setor. Esse conjunto de práticas pedagógicas amplia a integração entre teoria e prática, favorecendo a aprendizagem significativa e a inserção dos estudantes em contextos reais de trabalho.
Os 10 (dez) componentes de caráter optativo também se relacionam com os eixos básico e profissional. A ideia é dar liberdade para que o aluno possa direcionar sua formação, aperfeiçoando-a de acordo com sua vocação e interesses profissionais. Vale pontuar também a criação dos componentes Seminários Avançados em Comércio Exterior I e II, cujas ementas abarcam temas amplos de interesse do Comércio Exterior, possibilitando ao docente um espaço privilegiado para a introdução de debates atualizados. 


b) Formação complementar: envolve atividades curriculares que, em consonância com as orientações da Resolução CNE/CP n. 1/2021, devem contemplar atividades de ensino, pesquisa e extensão. No Curso de Comércio Exterior, tais ações serão apresentadas como Atividades Complementares (seção 3.8 do PPC). O aluno deverá realizar um total de 10 créditos ou 150 horas, que poderão ser validadas em atividades de ensino, pesquisa, extensão e representação estudantil. 
As atividades de ensino envolvem (a) participação em programas, projetos e ações de ensino da UFPel; (b) premiação de valor acadêmico, profissional, científico ou cultural; (c) conclusão de cursos de língua estrangeira, comunicação, informática, redação ou de aperfeiçoamento em área de interesse para o comércio exterior; (d) participação como ouvinte em Seminários, Congressos, Fóruns, Encontros, Palestras, Simpósios, Workshops ou assemelhados; (e) aprovação em Exame de Proficiência em Língua Estrangeira; (f) créditos de componentes cursados na UFPel ou em outras IES que não forem utilizados para integralização curricular; (g) realização de estágio curricular não obrigatório; (h) atuação como Bolsista de Desenvolvimento Institucional. 
As atividades de pesquisa envolvem: (a) participação em programas, projetos e ações de pesquisa da UFPel; (b) apresentação de trabalhos em eventos científicos na forma de comunicação oral ou pôster; (c) autoria ou coautoria de resumo simples ou expandido; (d) autoria ou coautoria de trabalho completo publicado em anais de evento, artigo científico publicado em periódico indexado com ISSN ou capítulo de livro com ISBN; (e) organização ou coorganização de obra técnica, científica, literária ou cultural com registro ISBN; (f) autoria ou coautoria de obra técnica, científica, literária ou cultural com registro ISBN; (g) publicação de artigo em jornal, revista, magazine ou veículo semelhante; (h) frequência em bancas de Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação ou Pós-Graduação da UFPel ou de outras IES.
As atividades de extensão envolvem participação em programas, projetos e ações de extensão da UFPel. As atividades de representação discente envolvem: (a) atuação como representante discente junto ao Colegiado do Curso de Comércio Exterior, ao Conselho do Centro de Ciências Sócio-Organizacionais ou a outro órgão colegiado da UFPel; (b) atuação como integrante de Diretório ou Centro Acadêmico da UFPel; (c) atuação em comissão instituída por portaria.
De acordo com o art. 30, inciso VI, da Resolução CNE n. 01/2021, os PPCs devem conter critérios de “aproveitamento de conhecimentos e experiências anteriores, inclusive para reconhecimento de saberes e competências”. A UFPel não possui uma regulamentação específica sobre o aproveitamento de saberes e competências. Buscando adequar o PPC às diretrizes dos cursos tecnológicos, o Colegiado poderá admitir o cômputo de até 75 horas em atividades não previstas no Quadro 5 deste PPC, desde que estejam articuladas com a área de comércio exterior e tenham sido realizadas a, no máximo, 3 (três) anos antes da data de ingresso do aluno no Curso. 


c) Formação em Extensão: atividades curriculares a serem computadas para a integralização curricular, de acordo com a Resolução COCEPE n. 30/2022. O Curso de Comércio Exterior atende à Meta 12.7 do novo Plano Nacional de Educação (2014-2024), aprovado pela Lei Federal n. 13.005/2014, a qual define que um percentual mínimo de 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a graduação deve ser cumprido em programas, projetos e ações de extensão universitária. Seguindo a Resolução COCEPE n. 30/2022, o PPC utiliza a forma de integralização mediante disciplinas com carga horária prática de extensão (Ext), incluídas dentro da Formação Específica como componentes obrigatórios, que contabilizam um total de 12 créditos ou 180 horas (10,71% da carga horária do Curso, que é de 1.680 horas).  

Para cumprir os objetivos do Curso em formar Tecnólogos em Comércio Exterior com competências e habilidades relacionadas com o campo de atuação, as metodologias de ensino e de avaliação buscam valorizar as constantes transformações da área. Por isso, além do cumprimento dos componentes curriculares obrigatórios e optativos, os alunos são incentivados a ampliar sua formação por meio das atividades complementares – que envolvem ensino, pesquisa, extensão e representação discente. A intenção é que os sujeitos desenvolvam sensibilidade para enfrentar os desafios que a sociedade impõe. Isto envolve pensar a importância estratégica do Comércio Exterior nas demandas de natureza socioeconômicas da sociedade brasileira, com vistas à construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. 

As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica, Resolução CNE/CP n. 1/2021, considera um dos princípios norteadores da educação tecnológica as “metodologias ativas e inovadoras de aprendizagem centradas nos estudantes”. Dentre as práticas utilizadas, tem-se:  (1) aprendizagem baseada em projetos (ABP), (2) aprendizagem baseada em problemas; (3) gamificação; (4) sala de aula invertida (flipped classroom); (5) aprendizagem entre pares; (6) aula expositiva; (7) trabalhos em grupo; (8) discussão 66 ou Phillips 66; (9) seminário brainstorming (ou tempestade de ideias); (10) dramatização; (11) estudo de casos; (12) estudo do meio; (13) trabalho com textos; (14) discussão dirigida; (15) ensino em laboratório; (16) dinâmicas de grupo; (17) oficinas pedagógicas; (18) painel com interrogatório; (19) GV-GO; (20) grupo de cochicho; (21) zum-zum face a face; (22) entrevista; (23) painel integrado; (24) painel progressivo; (25) simpósio; (26) encadeamento de ideias; (27) discussão circular; (28) técnica de ruminação; (29) fórum; (30) júri pedagógico; (31) debate simulado ou role play debate e (32) cineclubismo.

A avaliação do processo de ensino e aprendizagem é feita de acordo com o Regimento e com o Regulamento de Ensino de Graduação da UFPel (2018). Este define as regra para a determinação do aproveitamento do ensino. Com base nas normas da UFPel, deverão ser realizadas no mínimo duas avaliações por semestre para cada disciplina. Por outro lado, é importante destacar que o acompanhamento dos alunos deverá ser constante para o saneamento de dúvidas ou a verificação de conhecimentos que se desenvolvem ou se apresentem em sala de aula. 

As avaliações têm por finalidade medir e acompanhar o crescimento e aprendizado dos alunos, através da coleta de resultados semestrais. Para que haja um acompanhamento real do desempenho, torna-se imprescindível que os coeficientes de aproveitamento dos trabalhos, seminários e demais avaliações sejam obrigatoriamente acrescidos de um parecer ao estudante, feitos de forma verbal ou escrita, com o objetivo de que a avaliação torne-se motivadora de um contínuo crescimento. 

No âmbito da pós-graduação, o CCSO oferece o Curso de Especialização em Gestão Pública e Desenvolvimento Regional, o Curso de Especialização em Gestão Pública EaD (através do Programa Universidade Aberta do Brasil – UAB), o MBA Inovação, Tecnologia e Gestão de Novos Negócios e um programa de Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional (PROFIAP). Os egressos do Curso de Comércio Exterior encontram, assim, espaços locais para qualificação em nível de pós-graduação. Enquanto ainda matriculados no Curso, os estudantes têm a oportunidade de participar de eventos promovidos pela Pós-Graduação, partilhar grupos de pesquisa com pós-graduandos e acompanhar defesas de trabalhos de conclusão. 

É importante destacar, por fim, que o corpo docente do Curso de Comércio Exterior possui grande experiência com a pós-graduação stricto sensu. A maioria dos professores atua no curso de mestrado oferecido pelo CCSO, bem como de outras unidades acadêmica da UFPel e de outras instituições públicas. 

O acompanhamento dos egressos deve permitir ao Curso conhecer os resultados de sua formação, seja na área acadêmica, na inserção no campo de trabalho ou até na descontinuidade da atuação na área. Uma pesquisa eficiente de acompanhamento fornece informações importantes para direcionar mudanças e ajustes na estrutura curricular, além da análise em relação ao perfil profissional pretendido e atingido pelos egressos.

No Curso de Comércio Exterior, a interlocução com os egressos ocorre de forma permanente, para que eles possam ser chamados para continuar colaborando com o aperfeiçoamento do curso. Suas trajetórias de sucesso também podem servir de inspiração aos alunos que estão concluindo o curso e se preparando para o mundo do trabalho. Periodicamente, serão promovidas palestras e rodas de conversas com a participação dos egressos, com o objetivo de apresentar as perspectivas atuais de inserção profissional e empregabilidade na área. 

A UFPel estabeleceu o Portal do Egresso (http://wp.ufpel.edu.br/egresso/) e o Portal para Acompanhamento de Egresso (http://wp.ufpel.edu.br/ifcc/), suporte comum para o trato com egressos dos cursos da Universidade. O Portal do Egresso é uma ação da Pró-Reitoria de Planejamento e Administração (PROPLAD). Tem como propósito acompanhar os profissionais formados pela instituição e, através das informações registradas pelos ex-alunos, identificar o índice de sucesso da instituição com base na inserção de seus egressos no mundo do trabalho. A Pesquisa do Egresso proporciona um diagnóstico que auxilia na identificação de potenciais melhorias no Curso.

Ao final de cada semestre, os formandos são cadastrados no Portal e estimulados a fazer depoimentos sobre o Curso e sua contribuição para a trajetória profissional. Cabe também ao Colegiado do Curso atualizar e registrar essas informações a cada semestre, assim como acompanhar as considerações feitas no Portal para fins de avaliação e revisão do PPC.

Prevê-se, ainda, que a Coordenação do Curso realize, de forma periódica, a mensuração do grau de satisfação dos egressos em relação à formação recebida. Esse processo será conduzido por meio de questionário on-line, estruturado com escalas reconhecidas e validadas internacionalmente, além de questões subjetivas, de modo a garantir confiabilidade e comparabilidade dos resultados. Os dados coletados serão transformados em indicadores estratégicos que permitirão acompanhar, ao longo do tempo, a performance do Curso e sua aderência às demandas sociais e do mercado de trabalho.

A proposta é constituir um banco de dados sólido e sistemático que viabilize análises quantitativas e qualitativas sobre diferentes aspectos da trajetória acadêmica e profissional dos egressos. Esse repositório permitirá identificar os pontos fortes do Curso, bem como fragilidades e oportunidades de melhoria, além de reunir críticas e sugestões que subsidiem a tomada de decisão da Coordenação e do NDE no processo de revisão e atualização do Projeto Pedagógico.

Entre os aspectos a serem avaliados, incluem-se: os setores de atuação profissional dos egressos, o perfil das organizações empregadoras, a remuneração média, a realização de cursos de pós-graduação (instituição, área e período de realização), o tipo de cargo ocupado e o nível de responsabilidade assumido. Além disso, busca-se compreender em que medida os egressos se sentiram acolhidos, orientados, bem recebidos e seguros durante sua permanência no curso de graduação, de modo a avaliar a dimensão formativa também sob a perspectiva do ambiente institucional e do apoio pedagógico.

A aplicação do instrumento de pesquisa será realizada com o apoio do NDE, garantindo que os indicadores estejam alinhados às diretrizes institucionais e às políticas de avaliação da Universidade. Os resultados obtidos serão sistematicamente socializados com a comunidade acadêmica, assegurando transparência e promovendo a cultura de autoavaliação e melhoria contínua.